Elegia
Boca faminta
falando de mosquitos
elegia
embora carnavais.
Peito quente
exausto de segurar coração
em marcha de samba
atropelando falante
fiozinho de choro
que desabafe
tudo o que tá podre
trapo juntado
penoso de calvário
cores que morrem
desbotadas de verão
de fertilizantes artificiais.
Lençóis despreocupados
em cama despreocupada
em casa despreocupada
co’a janela despreocupadamente aberta
coadjuvando vida
abafada.